sexta-feira, junho 30, 2006

POR MUITO TEMPO PERMANECI CALADO, E AINDA SIM, FUI CULPADO. POR AMAR DE FORMA DOENTIA EM MEUS VERSOS





Prezados Navegantes,

Recentemente recebi um e-mail de estudante da UFRJ chamado Thiago Ribeiro, ele se interessou por meus poemas e me convidou para criar um poema especialmente para o curta metragem que está produzindo, intitulado "SISENNEG" que estará pronto final de novembro. Mas desde já presenteio vocês com o poema selecionado para o curta metragem.

Até breve.

MOMENTO QUE SE REPETE (afeto que espero, teu rosto que quero)

Cada passo
Silêncio por onde passo
Meu passo
Já são cansados
No silêncio incomum
De quem é solitário
Busquei na bebida
Poesia e no cigarro
Acalentar meus desânimos
Em uma sala qualquer
Te vi num relance
Atrás do espelho
Dos livros que li
E nunca terminei de ler
Difícil ver teu rosto quando quero
Difícil ser teu no afeto que espero
Meu quarto ainda é sujo
Com odor de cinzeiro cheio
E bebida estragada.
É difícil sempre falar ao telefone
Com qualquer alguém, sem pensar
Que poderia falar contigo, sobre o meu pesar
De solidão.
De aflição.
É sempre assim, meu drama não te comove.
Importando no abraço da noite fria
Enquanto penso em ti
Já tento me desvencilhar
Na navalha que me sangra
Na vista que turva
Já não lembro do ultimo momento
É lembrar de meus sonhos
Que não se realizaram
Não importa céu ou inferno,
Deus ou diabo
Nunca me importou fazer parte
De plano bem ou mal
Na loucura a qual me inscrevi
No seio de meu renascimento
Um momento que se repete
Te vejo de novo, em relance
De novo, sem teu afeto, sem teu rosto que tanto quero
Tudo se repete.

Alex Corvis – 25.06.2006 – 23:23 H

sexta-feira, junho 16, 2006

POR VÁRIAS NOITES CHAMEI O TEU NOME, MAS APENAS TUA AUSÊNCIA ME RESPONDIA



Ao que tudo indica, um novo momento está chegando para o verso sangrado e este poeta das ruas que vos escreve. Se vai ser bom ou ruim, ainda não sei, mas tomara que renda muitos poemas e contos. A luta é dificil, às vezes se pensa em desistir ou é necessário buscar outro caminho. Mas é necessário que o verso continue. Pensei muito antes de colocar esse poema. acho que expressa como me sinto no contexto atual. Nós ultimos dias, vivi tudo de uma poesia, da alegria a tristeza que toda palavra traz. Me perdoem as palavras breves.

Estação de Trem.

O que se planta e se cultiva
Sempre se colhe
E você não colheu qualquer gesto de amor
No tempo que sempre fui teu.

Silenciei ao abraço frio da solidão,
Na incerteza da espera
Com a ansiedade de todo amante
De paixão fugidia e venturosa
Esperando sozinho nessa estação.

Acabei embarcando em qualquer trem
Que me levasse um pouco pra perto de meus sonhos
E me desse um dia tranqüilo, me afastasse do meu tormento,
A dúvida de saber se me amavas.

Ainda sim me sinto preso.
Cai no braço de outra graça,
Mas não esqueci do amor passado
Nem poderia esquecer o passado,
Pois nos tempos que construí todo o sentimento, toda inspiração,
Amor este perpetuado por um corte, mantém a dor,
De não ter me dado um afago nos meus momentos
De desatino, o que toda solidão traz.

Amor que um dia morre
Pedi a tudo que não morresse
Sobrevivesse, vingasse,
Fraco já estava.
Por toda a tristeza que me debilitava.

Neste dia não choveu.

Alex Corvis.
16.06.2006 – 00:30 H